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quarta-feira, 30 de julho de 2014

03 de Agosto – Dia do Capoeirista


O dia do Capoeirista é celebrado em 3 de agosto, pois foi nessa data que o Governo do Estado de São Paulo criou a lei Lei nº 4.649, de 1985, que institui o Dia do Capoeirista a ser comemorado anualmente, no dia 3 de agosto.

 Uma breve história da nossa arte

Século 19. Abolida a escravidão, nas principais cidades portuárias negros se oferecem para carregar móveis, mercadorias, dejetos. Defendem-se por meio da capoeira. Ora empregando a agilidade, ora valendo-se também de cacetes e facas.
Maltas aterrorizavam a população. Com a República, em 1889, Deodoro da Fonseca (1827-1892) inicia campanha de combate à capoeira.
capoeira2Em outubro de 1890, promulga a Lei 487, de Sampaio Ferraz, que prevê de dois a seis meses de trabalho forçado na Ilha de Fernando de Noronha. No art. 402, “Dos vadios capoeiras”, lê-se:
Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal conhecidos pela denominação capoeiragem; andar em correria, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, provocando tumulto ou desordem, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal.
Pena – prisão celular de dois a seis meses.
Parágrafo único – é considerada circunstância agravante pertencer o capoeira a algum bando ou malta. Aos chefes e cabeças se imporá a pena em dobro.
Ao assumir o poder com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas liberou uma série de manifestações populares, entre elas a capoeira, que hoje aspira até a figurar nos jogos olímpicos.

Espírito do Capoeirista

1- Conhecer-se é dominar-se. dominar é triunfar.
2- Sempre ceder para vencer.
3- Capoeira é o que possui, inteligência para compreender aquilo que não lhe ensinam, paciência para ensinar o que aprendeu, e fé para acreditar naquilo que não compreende.
4- Quem teme perde, já está vencido.
5- Somente se aproxima da perfeição quem procura com constância, sabedoria, e sobre tudo com muita humildade.
6- Saber cada dia um pouco mais e usá-lo todos os dias para o bem é o caminho dos verdadeiros capoeiristas.
7- Quando verificarmos com tristeza, que não sabemos nada, terá feito o teu primeiro progresso na capoeira.
8- O corpo é uma arma, cuja a eficiência depende da precisão com que a sua inteligência.
9- Praticar capoeira é ensinar a inteligência e pensar com velocidade e exatidão e, ao corpo obedecer com justiça.
10- A fraqueza é susceptível, a ignorância é rancorosa, o saber e a força dão a compreensão, quem compreende perdoa.
11- O homem que domina sua mente jamais será escravo.
12- O que parece dificuldade constitui a chance de seu progresso.
13- Em tudo que fizeres, põe tua esperança a frente;
14- Um Mestre é alguém que tem a coragem de pensar, acreditar e até errar;
15- O importante é que transmita seus ensinamentos


Publicado em no site: http://www.brasilcultura.com.br/antropologia/03-de-agosto-dia-da-capoeira/

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Política Nacional de Cultura Viva. Viva! Viva! Viva! Viva! Viva! Viva!


Art. 4o  A Política Nacional de Cultura Viva compreende os seguintes instrumentos: 
I - pontos de cultura: entidades jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, grupos ou coletivos sem constituição jurídica, de natureza ou finalidade cultural, que desenvolvam e articulem atividades culturais em suas comunidades; 
II - pontões de cultura: entidades com constituição jurídica, de natureza/finalidade cultural e/ou educativa, que desenvolvam, acompanhem e articulem atividades culturais, em parceria com as redes regionais, identitárias e temáticas de pontos de cultura e outras redes temáticas, que se destinam à mobilização, à troca de experiências, ao desenvolvimento de ações conjuntas com governos locais e à articulação entre os diferentes pontos de cultura que poderão se agrupar em nível estadual e/ou regional ou por áreas temáticas de interesse comum, visando à capacitação, ao mapeamento e a ações conjuntas; 
III - Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura: integrado pelos grupos, coletivos e pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que desenvolvam ações culturais e que possuam certificação simplificada concedida pelo Ministério da Cultura. 


quinta-feira, 24 de julho de 2014

Entrevista entre Paulino Aloisio Andrade (mestre Popo) e Maria Mutti, 1968.

Maculelê-UMA ENTREVISTA COM MESTRE POPO (
16/12/1968 )

maculele

Maculelê

Aqui está uma entrevista entre Paulino Aloisio Andrade (mestre Popo) e Maria Mutti, 1968. Esta entrevista foi extraído de um livro chamado Maculelê, que foi lançado em 1977. 
Mestre Popó faleceu no dia 16 de setembro de 1969.
Esta entrevista foi realizada pelo Grupo Folclórico Oxalá, de Santo Amaro da Purificação.
Popo:
O que eu me lembro, Maculelê chegou da costa da África pelos escravos que aqui chegaram.
OXALÁ:
Você era  um escravo?

Popo:
Eu? Não. Eu nasci com a minha mãe, que era uma escrava, mas eu nasci livre, eu corri em torno destas terras muito. Eu era um escravo de minha mãe e eu a ajudava com o trabalho na casa  até que ela faleceu.
OXALÁ:
e com Maculelê, quando você começou a sir?
Popo:
Eu estava com um grupo de velhos negros, "Preto Velhos" Escravos do sexo masculino, que foram libertados. Eles não tinham mais a escravidão na época. Eles se reuniam à noite. Lembro-me bem, João Olea, Tia Jo e Zé do Brinquinho. O ano real eu não consigo me lembrar, mas foi depois dos tempos de escravidão, eles eram livres. Mas quem colocar o jogo nas ruas era eu.
OXALÁ:
Como você re-introduzir Maculelê na Bahia e depois todo o Brasil?
Popo:
Os velhos negros tinham morrido há muito tempo, desse grupo fui o único que sobrou. Isso foi porque eu comecei quando eu era muito jovem. Foi por volta de 1944, quando eu era capaz de se reunir com os meus filhos e vizinhos para ensinar o 'Brinquedo' (o jogo). Ensinando esses caras me fez vir para apreciá-la, então eu coloquei uma academia de maculelê na rua Santo Amaro. No dia 2 de fevereiro (o dia tradicional de maculelê), a cada ano Maculelê vai para as ruas de Santo Amaro e dançar na frente da Igreja da Purificação (a igreja) em homenagem ao santo virgem que é a mãe de todos. Depois disso, o resto era simples, as pessoas gostaram e pediu o maculelê na rua, para manter em funcionamento, mesmo quando eles não tinham roupas de treinamento, eles faziam em suas roupas de trabalho de qualquer maneira.
OXALÁ:
Popo, é Maculelê uma dança ou uma luta?
Popo:
Eles estão separados? Maculelê é uma dança e uma luta ao mesmo tempo. Defesa e ataque misturado com ritmo negro. (Esta é a definição Popo muito usado quando se fala sobre o ritmo do Maculelê). Nós cantar e dançar em adoração à Virgem Mãe nossa e desfrutar também prestar homenagem a princesa Isabel, que libertou os negros do cativeiro.
OXALÁ:
De que maneira senhor, você acha que os escravos da época praticaria Maculelê como uma luta?
Popo:
Escondendo-o em uma dança. Se um senhor de escravo aparecesse na senzala durante a noite, eles iriam pensar que aquilo era uma forma dos escravos louvar os deuses de sua terra, e a música africano cantavam não era capaz de ser compreendido.
OXALÁ:
Será que o senhor sabe o que as músicas Maculelê em africano está falando? Eu pergunto porque eu vi o seu grupo cantar em africano ...
Popo:
Eles ganham potência e agilidade na dança, pois quando o dia de sua liberdade chega. Alguns eu ainda sei e ensinar para os outros, mas outras eu não recordo. Nós aqui cantar música de candomblé e caboclo. Nós também temos 'musicas de chegada' e 'saída' que criamos. (Música de chegada e partida). As pessoas aplaudem muito e queremos agradecer-lhes. Vavá, meu filho, foi quem fez a maior parte do nosso grupo de música.
OXALÁ:
quais são os instrumentos originais utilizados na dança?
Popo:
Dois ou três atabaques, eu danço com três, um para o 'toque de repique' e dois para ajudar "Dobrar", um agogô um caxixi ou um ganzá. Agora, os leitores de música precisa ser bom. Eu tenho um atabaque feito de carburet estanho e pele de vaca que fizemos.
OXALÁ:
e as varas? como eles são feitos?
Popo:
As varas são feitas de pedaços de madeira que as pessoas usam para atacar ou defender. Eles são feitos a partir de madeira escolhida durante a noite, lixada e passados ​​através de fogo, uma por vezes. Varias vezes não é mesmo necessário, dependendo do tipo de madeira. Você quer saber o que a madeira vai funcionar? Beriba, Canzi, Pitia, estes são os melhores.
OXALÁ:
Quais são as medidas exatas das varas?
Popo:
Eles são em torno de 50-60cm. Nós sempre deixar um nó na madeira para ter uma boa aderência.
maculele
OXALÁ:
POPO vimos uma apresentação no TCA eo programa disse que era Zezinho de Popo que colocou o facão em maculele exclusivamente para fins de exposição. No seu tempo, que Maculelê usa facões?
Popo:
senhora, o maculelê que eu aprendi com os meus negros antigos, foi o que eu ensinei aos meus alunos, que agora está nas ruas de Santo Amaro. Como você tem visto muitas vezes.
OXALÁ:
Mas este outro grupo disse que era o seu filho, que o ensinou a eles. E o seu filho é uma continuação do seu trabalho.
Popo:
Este é o engano do zezinho, ha! ha! ha!, se os escravos tinham facões nas mãos para treinar maculelê, nesse momento eles teriam treinado sobre as cabeças de seus captores! ha! ha! ha! este é o engano de que o menino, que está dançando  em Salvador para todas essas pessoas ricas.
OXALÁ: 
O Sr.  tem alguma coisa que  gostaria de dizer antes de terminarmos esta entrevista? Nós gostaríamos de falar mais com o senhor, mas eu sinto que você está cansado e que será capaz de talvez falar outro dia.
Popo:
Não diga nada, eu estou querendo ver o seu grupo de dança. Eu sei que no momento eu não vi mulheres dançando maculelê, depois de ver 'finada agogô' Eu não vi ninguém dança mais bonita do que ela.
O grupo folclórico OXALÁ que tinha conhecido na rua da Linha, na frente de sua casa, foi o mesmo lugar onde ele se reuniu pela primeira vez, seus filhos para ensinar a dança. Nós dançamos como nunca tivemos para o melhor que podia, e do velho mestre Popo que aplaudiu, estava cheio de emoção que afetou todo mundo lá.(O grupo OXALÁ de Santo Amaro, foi o primeiro grupo de maculelê após o grupo tradicional de Santo Amaro).
Quando Popó falou sobre o que ele estava sentindo no momento em que ele disse:
Você tem me levado de volta a 1944 ou 46, não me lembro o ano exatamente, mas você me fez lembrar de Paulina e da finada agogô. Mas eu vou pegar minha filha Raimunda, que é uma garota como você, dançar neste belo grupo. Eu também tenho Jaiminho meu neto que toca os instrumentos muito bem, ele vai lhe dar tudo que você precisa saber para a orquestra. Se meu filho Vavá está sempre por perto, eu quero que você encontrá-lo, você pode confiar nele, ele é um cara bom. Depois de um macaco mordeu-me, meu pé inchou e agora estou sem uma boa perna.
Popó terminou a entrevista brincando com sua mulher, que dança maculele muito bem, e ainda vive em Santo Amaro da Purificação, com seus filhos: Vavá de Popo, Raimunda e Vivi de Popo. (Zezinho por muitos anos viveu em Salvador).
Maria Mutti 
16/12/1968 
Santo Amaro-Bahia

Capoeira Corpo Livre - IFRN em Pauta - Roda em pro ao Lar do Bom Jesus


https://www.youtube.com/watch?v=5GnMKxJWtbc
O Centro Cultural Corpo Livre realizou na ultima sexta-feira (18)  uma roda para a comunidade do IFRN - Natal Central. O evento teve o intuito de sensibilizar o público para apoiarem a campanha de arrecadação de alimentos Capoeiragem Beneficente Corpo Livre. Confira a matéria sobre o evento, CLICK AQUI.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Saiba um pouco mais sobre o Lar do Bom Jesus e junte-se a causa!



O Lar Bom Jesus funciona hoje na Colônia de Pium- território de Nísia Floresta/RN, e conta com aproximadamente 30 crianças e adolescentes. Quem quiser conhecer é só marcar no telefone (84) 3237-0240. A instituição tem carência em todas as áreas e está em processo de organização. Mais informações acesse a nossa pagina no Facebook: https://www.facebook.com/CrecheLarBomJesus

Roda Corpo Livre no DEF/UFRN 08.2009